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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

África é o principal foco de atração de multinacionais brasileiras

Segundo levantamento da Fundação Dom Cabral, posição do Brasil de não se envolver em conflitos internacionais atrai investimentos

Tunísia, Marrocos, Cabo Verde e Gana são países em que empresas brasileiras que atuam no exterior expandiram suas operações em 2012, afirma o Ranking das Multinacionais Brasileiras 2013, divulgado nesta quarta-feira (28/08), em São Paulo, pela escola de negócios da FDC (Fundação Dom Cabral).

O estudo, em sua oitava edição, mostra que no ano passado as empresas que participaram da pesquisa deixaram o Bahrein, Noruega e Curaçao e pretendem, neste ano, entrar em mercados da América do Sul, Canadá, Sudeste Asiático, China e Rússia. O estudo não identifica as empresas que expandiram em 2012 sua atuação para Tunísia, Marrocos, Cabo Verde e Gana, mas o coordenador do núcleo e negócios internacionais da FDC, Serban Cretoiu, afirmou que o aumento de relações diplomáticas entre o Brasil e os países africanos pode ter influenciado nesta decisão.

"A imagem do Brasil no exterior é muito positiva, especialmente na África e no Oriente Médio, pois o Brasil não se envolve em questões internas e conflitos. Na África, a cooperação técnica implantada nos últimos dez anos beneficiou a imagem do País e até abriu portas no meio comercial", disse Cretoiu, observando que a proximidade cultural é outro fator que aproxima os países.

De acordo com o levantamento, 67,39% das empresas que participaram da pesquisa pretendem expandir suas operações nos países em que já atuam e 42,55% pretendem entrar em novos mercados neste ano

Segundo a coordenadora da pesquisa, Vanessa Nogueira, aproximadamente 200 empresas foram procuradas durante a elaboração do ranking. Das 63 que responderam, 47 são multinacionais brasileiras com representações no exterior e 16 são companhias que atuam por meio do sistema de franquias.

Maiores
A multinacional brasileira mais internacionalizada foi o frigorífico JBS, pelo quarto ano seguido, com índice de 58,9% de internacionalização entre as 63 empresas que responderam ao questionário. Em segundo lugar está a siderúrgica Gerdau (54,2%), seguida por Stefanini (tecnologia da informação), Magnesita (refratários e minerais industriais), Marfrig (frigorífico), Ibope (pesquisas), Odebrecht (construção civil), Sabó (autopeças) e Minerva Foods (frigorífico). Já entre as franquias, a Showcolate (doces) foi a mais internacionalizada, seguida por Linkwell (design gráfico) e Localiza (aluguel de carros).

O estudo mostra também que há uma tendência de as empresas brasileiras se internacionalizarem nos próximos anos. Em 2010, o índice de transnacionalidade era de 16%, percentual que subiu para 17% em 2011 e para 18% em 2012. A margem de lucro no exterior é menor do que a doméstica, mas está crescendo. Em 2010, a margem de lucro no mercado interno foi de 15,5% e, no externo, de 11,82%. Em 2012, a margem de lucro no Brasil foi de 13,85% e, no exterior, de 13,75%.

O cálculo feito pela Fundação para determinar o índice de internacionalização de uma empresa segue o método adotado pela Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento). Nesta conta, dividem-se os ativos, receita e funcionários da companhia no exterior pelos mesmos índices no Brasil até se alcançar o índice de internacionalização da empresa. Quanto maior o índice, mais internacionalizada é a companhia.

O estudo trouxe também um ranking de empresas de acordo com a quantidade de países em que elas atuam. Este levantamento é liderado pela mineradora Vale, que atua em 31 países. A América do Sul é o principal destino das empresas que se internacionalizam: 77,78% delas estão em países da região; 69,4% estão na América do Norte; 53,97% na Europa; 41,27% na Ásia; 33,33% na América Central e Caribe; 30,16% na África; 23,81% no Oriente Médio; e 11,11% na Oceania.

Política externa
A edição deste ano do ranking calculou ainda os efeitos da política externa do Brasil no desempenho das empresas. A maioria das companhias afirmou que a criação de linhas de crédito para financiar projetos externos, negociar a redução de barreiras alfandegárias e buscar destaque para o Brasil no exterior são os fatores que mais influenciam no processo de internacionalização.

Por outro lado, obter um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas ou atuar como mediador de conflitos estrangeiros, ações consideradas relevantes para a política externa brasileira, não afetam o processo de internacionalização das empresas brasileiras, segundo a pesquisa.

Fonte: Opera Mundi

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O estudante Delmar Siga está em LIBERDADE

Esta bandeira nos UNE

COMUNICADO
A Embaixada da República da Guiné-Bissau no Brasil apresenta os seus respeitosos cumprimentos a Comunidade guineense residente no Brasil e, aproveita o ensejo para comunicar que, foi libertado no inicio da tarde de hoje o estudante guineense Delmar N’Taquina Lopes Siga, aluno da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-UFRJ). O estudante Delmar Siga foi preso supostamente em flagrante delito, no dia 15 de agosto, sob a alegação de roubo de aparelhos de telefone celular, de duas vítimas em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio.

Tendo em conta a sua condição de estudante estrangeiro, negro, a nossa Representação Diplomática se empenhou em garantir que fossem preservados os seus direitos constitucionais e sua integridade física e moral, afastando dessa forma qualquer hipótese de procedimento de fórum preconceituoso ou racial.

A Chancelaria guineense no Brasil aproveita ainda esta oportunidade para agradecer profundamente o Defensor Público Estadual Dr. Felipe Almeida, pela dedicação e determinação com que seguiu este caso.

Agradecemos também a pronta intervenção das autoridades brasileiras nomeadamente o Embaixador Paulo Cordeiro Subsecretário-Geral para Assuntos Africanos no Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) e o Dr. Eloi Ferreira de Araújo, Subsecretário de Estado de Direitos Humanos e Assistência Social do Estado do Rio de Janeiro, e de uma maneira especial gostaríamos de agradecer à Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, nomeadamente a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, pela excelente entrega e articulação junto da Defensoria Pública. 

Antonio Patriota não é mais ministro das Relações Exteriores do Brasil

Antonio Patriota e Luiz Alberto Figueiredo

O ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) deixou o governo após reunião com a presidente Dilma Rousseff na noite desta segunda-feira (26). O Palácio do Planalto anunciou como novo ministro Luiz Alberto Figueiredo atual embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU). Patriota passará a ser o novo representante do Brasil nas Nações Unidas.

O motivo da demissão foi o episódio do senador boliviano Roger Pinto Molina, que estava asilado havia um ano na embaixada brasileira em La Paz e foi trazido para o Brasil em um carro oficial brasileiro, embora não tivesse autorização do governo boliviano para deixar o país.

Figueiredo estava em Nova York quando recebeu o telefonema da presidente Dilma Rousseff com o convite para assumir o comando do Ministério de Relações Exteriores. De acordo com o Itamaraty, ele embarcou para o Brasil e deve chegar a Brasília na manhã desta terça-feira (27). A posse deverá ocorrer nesta quarta (28), mas a data ainda não foi oficialmente confirmada.

Nota divulgada pelo Planalto diz que Dilma "aceitou hoje pedido de demissão do ministro Antonio de Aguiar Patriota e indicou o representante do Brasil junto às Nações Unidas, embaixador Luiz Figueiredo, para ser o novo ministro de Relações Exteriores”.

Na nota, Dilma “agradece” o trabalho de Patriota à frente do Ministério de Relações Exteriores e informa que ele será o novo representante do Brasil nas Nações Unidas. “A presidenta agradeceu a dedicação e empenho do ministro Patriota nos mais de dois anos que permaneceu no cargo e anunciou a sua indicação para a missão do Brasil na ONU", diz o texto.

O encontro de Dilma com Patriota começou pouco antes das 19h e durou cerca de 50 minutos. Depois do encontro, a presidente e o ministro deixaram o palácio.
A cúpula do ministério passou o dia em reuniões para tratar da situação do senador e do diplomata Eduardo Saboia, encarregado de negócios da embaixada brasileira em La Paz, que admitiu ter organizado a operação que trouxe Molina para o Brasil em um carro oficial. "Tomei a decisão de conduzir essa operação, pois havia o risco iminente à vida e à dignidade do senador", disse.

O senador viajou 22 horas de La Paz a Corumbá (MS), onde na madrugada de domingo, pegou um jatinho junto com o senador brasileiro Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, e desembarcou em Brasília. Na manhã de domingo, o Itamaraty anunciou inquérito para apurar o caso.
Em junho deste ano, a Advocacia-Geral da União (AGU), a Procuradoria Geral da República (PGR) e o Itamaraty já tinham se posicionado contra ajuda ao senador boliviano Roger Pinto, que queria deixar a Bolívia rumo ao Brasil.

O Ministério Público da Bolívia planeja pedir a extradição de Molina, condenado a um ano de prisão no país por suposto crime de corrupção. Ele responde a outros 20 processos na Justiça boliviana (saiba como tramitará eventual pedido de extradição).

O fato de o governo brasileiro ter sido surpreendido pela chegada do senador contrariou a presidente Dilma Rousseff. A presidente e Patriota só teriam sido informados da fuga quando o boliviano alcançou território brasileiro.

De acordo com o blog Panorama Político, de Ilimar Franco, em "O Globo", há sete meses os ministérios da Justiça e das Relações Exteriores do Brasil negociavam o caso do senador com o governo da Bolívia. Segundo o blog, a sugestão para que Molina deixasse o país teria sido feita informalmente por membros do governo boliviano.

Luiz Alberto Figueiredo
O novo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, 58 anos, nasceu no Rio de Janeiro e é formado em direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

Ele ingressou no Itamaraty em 1980 e, no mesmo ano, iniciou atuação nas Nações Unidas como diplomata assistente. Durante a carreira diplomática, representou o Brasil em várias reuniões internacionais sobre mudança climática.
Figueiredo chefiou as negociações do Rio +20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em junho do ano passado, no Rio de Janeiro. A conferência produziu um documento assinado pelos 188 países que participaram do evento.

O resultado das negociações, apesar de não ter sido ousado na busca pelo desenvolvimento sustentável, foi considerado bem sucedido pelo governo brasileiro, já que houve a adesão de todas as nações participantes.

Antonio Patriota
Nomeado por Dilma Rousseff no início do mandato, Antonio Patriota era secretário-geral das Relações Exteriores, segundo cargo mais importante na diplomacia, antes de assumir o comando da pasta. Antes, já tinha sido embaixador do Brasil em Washington entre 2007 e 2009.

Natural do Rio de Janeiro, Patriota tem 59 anos e ingressou no Itamaraty em 1979. É casado com a americana Tania Cooper Patriota, funcionária da ONU, e tem dois filhos.

Além de cargos de assessoramento do comando do ministério, em Brasília, Patriota também representou o Brasil em organismos internacionais.
De 1999 a 2003, autou em Genebra (Suíça), como representante na Organização Mundial do Comércio. Antes, atuou na Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas em Nova York entre 1994 e 1999.

De 1992 a 1994, foi Subchefe da Assessoria Diplomática do Presidente Itamar Franco. Antes disso, trabalhou nas embaixadas do Brasil em Caracas (1988-1990) e em Pequim (1987-1988).

Fonte: Agências